segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Sei de ti (Poema)

Como sei das coisas sensíveis,
Que não se tocam verdadeiramente.
Sei com a terna inocência
De quem, de repente,
Descobre todas as estrelas do céu,
Sempre distantes demais,
Mas sempre lá, desde que o tempo é tempo.
Mas só eu as vejo assim e só agora,
Com os olhos cheios do teu carinho.

Foi ontem que eu te abracei
Como se abraça o vento
Ou o espaço infinito.
Tua boca unida a minha —
Diziam as mesmas palavras.

Agora busco no ar o teu perfume
E nenhum jardim me consola.

Sei de ti
como sei das coisas que quero
Sôfrega e desesperadamente.
 
Reinaldo Nonnenmacher

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